Ecodoppler: um exame essencial para a sua saúde

Apesar de soar como uma palavra técnica e complicada, o ecodoppler possui amplas aplicação em diversas áreas da vida humana. Ele serve desde para a medição de superfícies de planetas espalhados pelo universo, aos sensores da robótica, ao monitoramento dos oceanos e, claro, também na medicina.

Assim, na medicina o papel do ecodoppler é diagnosticar o fluxo sanguíneo de determinada região do corpo humano. Mais especificamente, o ecodoppler é empregado seja no diagnóstico por imagem, seja durante operatórios.

Breve histórico do efeito sonoro Doppler

Tudo começou em 1842, quando o austríaco Christian Andreas Doppler publicou o ensaio “Sobre a luz colorida das estrelas duplas”. Neste trabalho ele considerou o efeito das ondas de luz sobre os corpos celestiais. Tempo após, o holandês Buys Ballot colocou a teoria à prova com um trompetista tocando música sobre um vagão de trem. Assim, ele confirmou a hipótese formulada por Doppler.

Mas qual era essa hipótese? À medida que o som produzido se aproxima do observador, a frequência das suas ondas aumenta. De modo semelhante, conforme a fonte sonora se afasta do observador, a frequência das ondas sonoras diminui.

Inegavelmente tratou-se de uma descoberta fantástica. Com efeito, o nome do teórico acabou batizando o efeito sonoro, conhecido até hoje como efeito Doppler. Semelhantemente o uso do efeito abriu as portas para inúmeras aplicações práticas.

Diante disso, vamos a mais detalhes sobre o ecodoppler, com foco na medicina.

O que é ecodoppler?

Acima vimos como foi descoberto o efeito Doppler. Agora, vamos descobrir como ele se tornou tão importante nos diagnósticos da medicina.

Em 1876, Francis Galton criou um dispositivo que ficou conhecido como Galton whistle (apito de Galton). Este instrumento foi o primeiro equipamento a emitir ultrassom. Então, em 1880 os irmãos Jacques e Pierre Curry realizaram testes utilizando feixes de ultrassom, o que levou à descoberta do efeito piezoelétrico. Basicamente, trata-se de um eletroímã produz um campo magnético que, aplicado sobre determinados materiais gera um campo elétrico, ou seja, ondas de som.

Estas ondas geradas pelo efeito piezoelétrico são medidas por equipamentos específicos, geralmente em frequências acima de 20.000hz. Por isso elas não são audíveis pelo ouvido humano. Posteriormente, iniciou-se a utilizar as ondas combinadas em um feixe de som acima de 20.000hz para obter imagens anatômicas. Até aqui temos a parte “eco” do ecodoppler.

Posteriormente, o então recém-descoberto efeito Doppler foi considerado no estudo das ondas já conhecidas e geradas pelo efeito piezoelétrico. Assim tornou-se possível estudar também o fluxo sanguíneo de determinada região do corpo humano.

É importante notar que em regra o exame é feito de forma não-invasiva: sem cortes, injeção de contraste ou radiação.

Para isso, o aparelho mede a frequência o tamanho da onda eletromagnética emitida e a compara com a onda refletida, resultante do encontro da primeira com as estruturas internas do corpo. Como o trompetista no trem de Ballot, o sangue também está em constante movimento dentro das veias, artérias e outros vasos sanguíneos do corpo humano.

Resumindo tudo em uma única frase, o ecodoppler é o uso de ultrassom para avaliação da anatomia e estruturas internas do corpo, bem como do seu fluxo do sangue.

Como funciona o ecodoppler?

Vista a origem do eco, do Doppler e da sua importância para a medicina, passamos a como se emprega o ecodoppler efetivamente.

O aparelho através do qual o ecodoppler é utilizado chama-se ecógrafo. Dentro dele todos os processos descritos acima ocorrem em tempo real, permitindo ao médico visualizar na tela do ecógrafo a anatomia da região ou mesmo o fluxo do sangue está se comportando. Veja nesta imagem um exemplo:

O médico desliza a sonda do ecógrafo sobre a área do corpo em estudo, aplicando gel na superfície da pele para facilitar o deslizamento de principalmente para evitar que haja ar entre a pele e a sonda. Caso isto aconteça, a imagem poderá ser prejudicada.

Para quais exames serve o ecodoppler?

O ecodoppler torna possível diagnosticar muitos quadros clínicos. Entre eles destacamos:

• aneurismas;
• tromboses;
• placas ou coágulos que possam obstruir a circulação sanguínea;
• diagnóstico de varizes;
• existência de alguns tipos de tumor;
• coadjuvante na colocação de cateter numa veia ou artéria.

O uso do ecodoppler na flebologia e cirurgia vascular

O ecodoppler cumpre um papel importante na flebologia e na cirurgia vascular possibilitando diagnósticos fundamentais. Seu suo nos membros inferiores está entre os principais exames destas duas áreas. Nestes exames o médico busca evidências de eventual insuficiência venosa crônica. Neste exemplo, imagem da nossa clínica durante diagnóstico de varizes:

Por sua vez, a insuficiência pode significar varizes e, em alguns casos, a trombose venosa profunda (TVP). Por esta mesma razão o ecodoppler também se transforma em uma das etapas de tratamentos como o CLaCS e a cirurgia com endolaser.

Além disso se indicam os exames com ecodoppler em outras áreas do corpo como os membros superiores. Essencialmente, eles sempre têm como objetivo identificar estreitamento ou dilatações de veias no corpo, além dos coágulos e trombos que podem dificultar ou até comprometer a circulação do sangue.

Ecodoppler: um grande aliado da sua saúde

O ecodoppler é um instrumento fundamental da medicina moderna no diagnóstico por imagem. Invenção do século XIX, evolui e adicionou numerosas ferramentas ao diagnóstico da medicina dos dias de hoje.

Assim, na próxima vez que você precisar se submeter a um exame que utilize o ecodoppler, como o ecocardiograma, saiba que se trata de uma técnica atual, precisa segura e confortável para você. E o principal: trata-se de uma técnica segura.

Na Clínica Zignani dispomos de equipamentos para a realização de ecocardiograma, ecocardiografias transtorácicas, Dopplers vasculares, além de exames para diagnóstico de varizes nos membros inferiores.

Para aprofundar o tema, consulte também:

• vídeo de um ecocardiograma feito com uso do ecodoppler.